Com faixas e exibindo boletos de cobrança de consumo de energia elétrica, cerca de 300 moradores de vários bairros de Belém e de municípios próximos estiveram nesta quinta-feira, 15, na Câmara Municipal de Belém, para participar da audiência pública promovida pela Câmara Federal, por meio da Comissão de Minas e Energia, com o objetivo de ouvir os representantes da concessionária Rede Celpa sobre os constantes apagões de energia que vêm ocorrendo no Pará.
O evento foi solicitado pelo deputado federal, Arnaldo Jordy (PPS/Pa) e contou com a parceria da Câmara Municipal de Belém. “Temos que buscar uma solução a essas interrupções de energia que tem causado inúmeros prejuízos no Estado, comprometendo segmentos importantes para o crescimento de nossa economia”, disse Jordy, que falou do cenário virtuoso que o Pará vive, mas que se vê ameaçado diante da precarização dos serviços prestados na área de energia.
Ele informou que nos últimos quatro meses somente o seu mandato recebeu 190 denúncias de interrupção de energia em vários municípios do Estado, dados que foram confirmados junto a vários órgãos de defesa de consumidor que colecionam outro rol de reclamações. “Não podemos pensar no nosso desenvolvimento sustentável se o fornecimento desse insumo básico que é a energia está precarizado”, disse, preocupado também com a cobrança de altas tarifas que não correspondem aos serviços prestados.
“Não podemos esquecer que 40% da população do Pará vive abaixo da linha da pobreza”, reforçou, cobrando dos órgãos responsáveis uma solução para esse problema. “Se a Rede Celpa não cumprir com as suas obrigações vamos entrar com uma ação civil pública para exigir que cumpra com o seu dever”, reforçou o parlamentar.
Reclamações – Moradores de vários bairros reclamaram das altas tarifas cobradas mostrando os boletos de cobrança emitidos pela Rede Celpa. Roberto Santos, do bairro da Pedreira, por exemplo, disse que mesmo sendo de baixa renda e possuindo poucos eletrodomésticos em sua residência tem que arcar com uma despesa de R$ 125 somente com a conta de energia elétrica. “Há dois meses, eu pagava apenas R$ 42,00”, informou.
Mesma situação é da moradora do bairro do Tapanã, Selma Costa, que reclama do aumento no valor da tarifa desde que mudaram os registros localizados nos postes. “Depois da troca, o valor ficou um absurdo, por isso estamos aqui para buscar uma solução ao problema”, ressaltou.
A Rede Celpa, por seu superintendente no Pará, Fredy Pinho explicou que as interrupções de energia vem sendo causadas pelos investimentos que a empresa vem fazendo em todo Estado para melhorar a qualidade dos serviços prestados, incluindo novas subestações, circuitos e equipamentos. “Por conta desses investimentos, temos que fazer alguns desligamentos, o que tem gerado aumento de reclamações”, disse, informando também que algumas quedas no fornecimento de energia tem sido causadas muitas vezes pelas chuvas fortes que caem na região. Ele garantiu que ate o final deste ano, o problema deve estar resolvido. Sobre as tarifas cobradas, informou que estas são determinadas pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) também presente ao evento através sua diretor, André Nóbrega.
Para a Aneel, as tarifas cobradas no Pará estão dentro da média, com o Estado possuindo a 32ª tarifa entre as cobradas pela 63 distribuidoras que operam no país com a concessão desses serviços. Nóbrega informou que a Aneel age com todo rigor na fiscalização dos serviços oferecidos aos consumidores, admitindo que o serviço prestado pela Rede Celpa está aquém do desejado. “Só este ano a Celpa teve que devolver R$ 82 milhões aos consumidores pelos serviços péssimos prestados”, frisou.
O problema é que o deputado Wladimir puxou sacxo da Rede Celpa
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