sábado, 20 de agosto de 2011
Lideranças do PPS indicam Jordy pré-candidato a prefeito de Belém
FOTO TAMARA SARÉ
O I Encontro Amazônico do Partido Popular Socialista (PPS) realizado em Belém, com a participação de várias lideranças nacionais e regionais da legenda, debateu uma série de temas de interesse da região, assim como discutiu as estratégias para o fortalecimento do partido visando às eleições 2012, inclusive com a indicação de possíveis nomes que poderão disputar as prefeituras paraenses nas eleições 2012.
Entre os nomes, está o do deputado federal, Arnaldo Jordy, que teve seu nome apontado por unanimidade como candidato potencial para disputar a prefeitura de Belém. “Precisamos eleger Jordy prefeito de Belém”, disse o deputado federal, Stephan Nercessian (RJ), uma das lideranças nacionais da legenda que prestigiaram o evento, juntamente com o líder do partido na Câmara, Rubens Bueno (PR). O deputado estadual, João Salame (Pa), além de apoiar o nome de Jordy para disputar a prefeitura da capital paraense, teve também seu nome sondado para concorrer a prefeitura de Marabá.
Vinte e cinco pré-candidatos a prefeito do partido participaram do encontro. A meta do PPS é lançar em torno de 60 candidatos a prefeito no Pará em 2012, assim como também um grande número de candidatos a vereador. Arnaldo Jordy, presidente estadual da legenda, conclamou a todos os dirigentes municipais a ficarem atentos ao prazo de filiação partidária que encerra em setembro a fim de que o PPS possa sair com chapa completa em grande parte dos municípios.
Segundo João Salame, a perspectiva é eleger de 10 a 15 prefeitos do PPS no Pará. Para 2014, a proposta é aumentar de um para quatro deputados a bancada do partido na Assembléia Legislativa e levar mais um deputado federal à Câmara Federal. “Passo a passo vamos construindo a história do partido”,disse o parlamentar, que considera o momento político atual muito fértil para o PPS. Arnaldo Jordy informou que até o próximo ano mais dois grandes encontros do PPS serão realizados na Amazônia,contemplando outros estados da região.
Temas de interesse da região em debate
Meio Ambiente, reforma tributária, Saúde, pacto federativo, conhecimento e tecnologia foram alguns dos temas que estiveram em debate no I Encontro Amazônico do PPS, realizado nesta sexta-feira, em Belém. O objetivo foi discutir com as lideranças uma agenda do partido para enfrentar os novos desafios da Amazônia. “Precisamos assumir a cena política, pois não queremos o PPS apenas como coadjuvante”, disse a presidente municipal do partido, Eleanor Palhanos.
Um dos debatedores do evento foi o vice-governador do Pará, Helenilson Pontes, também do PPS. Doutor em direito tributário, ele criticou o pacto federativo brasileiro, considerando-o de fachada, porque os entes federativos vivem de mãos estendidas ao ente nacional. Ele também criticou o modelo de desenvolvimento que vem sendo imposto à Amazônia, citando a construção da hidrelétrica de Belo Monte, no rio Xingu, nos moldes atuais, como um modelo que não pode ser aceito pelo povo paraense.
O deputado federal Arnaldo Jordy apresentou vários indicadores negativos existentes no Pará e mostrou o quanto a região é colocada em último plano dentro do pacto federativo. Ele lamentou que empresas como a Vale explorem há 30 anos o minério de ferro do Pará sem deixar quase nada ao Estado.
No caso da hidrelétrica de Belo Monte, ele também lamentou que de 300 milhões que serão investidos na construção da obra, a maior parte dos recursos vai contemplar empresas de fora do Estado. “Infelizmente, muitos do setor empresarial daqui não se mexem porque ainda têm a esperança de vender uns três quilos de prego para que façam o canteiro de obras, com alguns fazendo, por isso, cara de paisagem”, criticou, lembrando que o ICMS – Imposto de Circulação de Mercadorias e Serviços –é hoje cobrado no destino e não na fonte produtora.
“Nem o ICMS da energia vai ficar para compensar os estragos”, disse, condenando o modelo de desenvolvimento que querem impor à Amazônia. “Esse modelo só atende a matriz deficitária do Brasil e a meia dúzia de empreiteiras acostumadas a financiar campanhas políticas em troca de favores”, alertou, dizendo que o Pará e a Amazônia não podem assistir de braços cruzados essa realidade.
Stephan Nercessian também criticou o modelo de pacto de federativo e a cobrança excessiva de impostos pelo governo. “O que vemos é um assalto na cobrança de impostos”, disse, criticando também o governo por querer enganar a população ao criar critérios falsos para fazer de conta que esta está ascendendo à classe média. “A população está sendo enganada”, frisou.
Após os debates, houve um grande ato de filiação partidária com a presença de várias lideranças da legenda. No evento, seis estados amazônicos estavam representados.
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