sexta-feira, 13 de maio de 2011

Câmara Federal recebe audiência sobre Belo Monte no próximo dia 25

Nesta quinta-feira o Deputado Federal Arnaldo Jordy participou, junto às autoridades da OAB, UFPA, CORECON e governo estadual, do debate “A hidrelétrica de Belo Monte: dos impactos sócios ambientais ao desenvolvimento regional“ que aconteceu no auditório Benedito Nunes, na Universidade Federal do Pará e contou com a presença de aproximadamente 500 pessoas. O seminário teve o objetivo de ampliar as discussões sobre a construção da hidrelétrica de Belo Monte. De acordo com o deputado Jordy é de grande importância a promoção de eventos como este, pois permitem ”refletir o modelo de sociedade que estamos construindo, na qual o consumo tende a se chocar frontalmente com os desafios sustentáveis e civilizatórios”.

Durante o debate, o deputado Jordy mostrou preocupação com a “ilusão de um novo Eldorado” criada a partir das promessas de infra-estrutura, emprego e educação possíveis de serem gerados com a construção da usina, mas que, segundo ele, o que resta ao povo das regiões afetadas é o passivo ambiental e social. Por isso, destacou-se a necessidade de sensibilizar o país a cerca dos desastres que a construção de Belo Monte produzirá na sociedade local. Nesse sentindo, o deputado Jordy já conseguiu uma audiência na Câmara Federal no próximo dia 25 de maio.

Estudos revelam que Belo monte irá expulsar 40 mil pessoas da região afetada pelas obras; a construção fará secar um trecho de 100 km do Rio Xingu; 80% da energia gerada será destinada para industrias do centro-sul do Brasil e 20% para empresas como a VALE, ALCOA, ALBRAS e ALUNORTE; mais de 15 mil indígenas sofrerão as conseqüências das barragens construídas no rio; 11 municípios, ou seja, cerca de 360 mil pessoas, serão impactadas pelo empreendimento; além do fato que somente 39% da capacidade da usina será ativada, o que a torna economicamente inviável, pois seria preciso 55% da capacidade média de produção acionada. Como foi exposto pela jornalista Mirian Leitão, citada na ocasião pelo Procurador da República, Felício Pontes, a única certeza que se tem sobre Belo Monte é a rentabilidade em R$ 30 bilhões para as empreiteiras envolvidas no processo.

O vice-governador do estado, Helenilson Pontes (PPS/PA), afirmou que Belo Monte é o início de “um novo modelo de colonização no Pará”, pois o governo federal insiste em se beneficiar dos recursos naturais do estado sem trazer ao povo paraense a compensação socioeconômica devida. Segundo ele, Belo Monte é uma oportunidade de mostrar ao Brasil que este modelo predatório não serve ao Pará e que o estado deve protagonizar essas grandes discussões.

A construção de Belo Monte ainda é resistida pelo povo paraense devido indícios de insustentabilidade ambiental, jurídica econômica; uma batalha que vem sendo travada há mais de 14 anos. No intuito de validar esse debate nacionalmente, para a próxima audiência, em Brasília (DF), será levada uma caravana com as entidades e cidadãos que integram o centro dos debates, possivelmente dois ônibus sairão de Belém, segundo o deputado Jordy. “Para garantir que o projeto seja aprovado, o Governo Federal vem passando por cima de uma série de exigências: seriam necessárias 27 audiências, mas foram realizadas somente quatro. Nesses encontros, os principais interessados, os indígenas, não tiveram acesso a informações suficientes sobre o projeto, muitos tiveram acesso dificultado ao local dos debates”, disse Arnaldo Jordy.

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