Brasília/DF – O deputado federal Arnaldo Jordy (PPS/PA), fez no
plenário da Câmara Federal nesta terça-feira (10), discurso onde cobra
informações acerca das denúncias fornecidas pelo delator Dalton Avancini
à justiça federal por conta da operação Lava Jato, envolvendo o
pagamento de propina em contratos da obra da usina hidrelétrica de Belo
Monte, no Pará, a dois partidos políticos da base do governo: PT e PMDB.
O delator vem a ser Dalton Avancini, presidente da Câmargo Corrêa, cuja
empreiteira tem 16% dos contratos do consórcio responsável pela
construção da usina, o que representa R$ 5,1 bilhão. Foram pagos, a
título de propina, cerca de R$ 51 milhões para cada um dos partidos
políticos. Belo Monte orçada inicialmente em 19 bilhões de reais, já
teria custado 35 bilhões de reais, sendo a maior obra do PAC - Programa
de Aceleração do Crescimento do governo federal.
O vice-líder do PPS, que luta pelos direitos das comunidades afetadas
pela construção da hidrelétrica na Volta Grande do Rio Xingú, em
Altamira, questionou o consórcio construtor, que alegava falta de verbas
para a realização das condicionantes sociais previstas em contrato, de
modo que os impactos sociais e ambientais fossem compensados. “Como não
havia dinheiro para os investimentos sociais acordados em contratos e
agora surgem denúncias de pagamentos milionários de propina pelas
empreiteiras a partidos? Isso é um desrespeito para com a população de
toda uma região”, afirmou o parlamentar, que realizou várias audiências
públicas tanto Altamira e em Brasília para discutir questões referentes
às condicionantes.
Várias obras para os municípios paraenses afetados pela construção de
Belo Monte, como moradias, rede de saneamento, hospitais, estradas e
escolas, estão atrasados ou nem foram iniciadas, o que gerou inúmeros
protestos de comunidades ribeirinhas e indígenas, algumas retiradas de
suas terras sem terem seus direitos garantidos pelas empreiteiras. Os
impactos sociais da mega construção gerou em Altamira, por exemplo, uma
explosão populacional sem controle e planejamento, resultando em aumento
nos índices de violência urbana, mendicância, exploração sexual de
adolescentes e mulheres, e até tráfico humano, com verificado pela CPI
do Tráfico de Pessoas em um dos canteiros da obra.
Segundo Jordy, “muitas destas condicionantes talvez estivessem concluídas pelo Consórcio Construtor de Belo Monte, não fossem os desvios de recursos aos corruptos apontados nas investigações. Estas propinas foram pagas com dinheiro público, causando o descaso e sofrimento de uma região inteira, que viu na construção da usina, chances de dias melhores”.
Nas denúncias, o senador Edison Lobão (PMDB/MA), que até poucas semanas atrás, era Ministro de Minas e Energia, teria recebido 10 milhões de reais do esquema, em 2011.
O deputado paraense afirmou que solicitará ao Ministério Público Federal, mais informações sobre as denúncias, bem como realizará uma nova audiência para pedir esclarecimentos através da Comissão da Amazônia, Integração Nacional e Desenvolvimento Regional ao Consórcio Construtor.
Assessoria de Comunicação
Gabinete Dep. Arnaldo Jordy
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