O Partido Popular Socialista (PPS) espera que a Comissão Estadual da Verdade, a ser instalada nesta segunda-feira (1\9), pelo governador Simão Jatene, possa lançar luz sobre o período histórico do regime militar no Brasil, em que militantes políticos de diferentes partidos e organizações foram presos ou perseguidos no Pará. O partido será representado na solenidade de hoje, às 18h, no São José Liberto, pelo secretário-geral, Francisco Potiguara. O deputado federal Arnaldo Jordy (PPS-PA) não poderá comparecer porque está em Santarém, no oeste do Estado, para cumprir compromissos agendados anteriormente.
Amanhã (2\9), Arnaldo Jordy será palestrante em evento da Comissão Estadual da Verdade, no Hangar, às 13h, com o tema: “As tarefas do Parlamento e a luta pela verdade, memória e justiça”.
Presidente estadual do PPS, João Raimundo, 55 anos, lembra que quando começou sua militância política, na mesma época de Jordy e outros nomes do PPS, o Brasil já estava na fase da distensão política, no governo Ernesto Geisel. Mesmo assim, muita gente era enquadrada na Lei de Segurança Nacional (LSN) por causa de suas posições políticas. E havia ainda, muito viva na memória, a lembrança de pessoas que haviam sido presas no período mais duro da ditadura.
“Acho que o sentido da Comissão é procurar o máximo de verdade sobre a história, e não deixar que alguém tome conta da informação”, diz João Raimundo, que lembra: “No Pará, além da guerrilha do Araguaia, aconteceram muitas prisões, arbitrariedades, pessoas impedidas de exercer suas profissões. Essa comissão deve apurar fatos sobre os quais, até hoje, não houve a oportunidade de se apurar e oficialmente ter a resposta do Estado”, completa.
João Raimundo diz ainda que a Comissão não deve servir para “caçar bruxas”, nem para fustigar as forças armadas, mas para denunciar historicamente grupos que praticaram atos de violência. “Nossa posição é que a Comissão ajude a divulgar a história verdadeira”, diz o presidente estadual do PPS.
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