JUVENTUDE FAZENDO HISTÓRIA!
Arnaldo
Jordy
De fato, a
sociedade se viu representada por milhões de compatriotas que decidiram, a
partir de junho de 2013, sair às ruas para pedir tarifas de ônibus mais
baratas, transporte de qualidade, menos gastos com obras faraônicas, como as
preparadas para a Copa do Mundo de Futebol que se aproxima, o fim da corrupção,
entre outras tantas reivindicações que se fazem necessárias.
Mas de direito, boa parte daqueles jovens,
caso assim decidisse, não poderia disputar, lamentavelmente, um cargo eletivo.
Antes de adentrar nas razões sobre tal
impedimento, cabe ressaltar que foram manifestações legítimas conduzidas, em
sua maioria, por rapazes e moças que levaram, de uma forma ou de outra, o
recado aos governantes de plantão. Infelizmente, alguns poucos protestos descambaram
para o vandalismo – atitude reprovável, com toda a certeza!
Mas o que chama a atenção é a vontade
manifestada pela quase totalidade desta juventude que resolveu pedir mudanças
urgentes até no sistema de representação política. Nota-se que vários daqueles
que ocuparam nossas mais largas ruas, praças e avenidas, e de forma espontânea,
alegaram não pertencer a nenhuma agremiação política.
Este desejo da juventude de participar da vida
nacional, mas que esbarra, por vezes, em leis obsoletas que impedem o acesso
aos canais institucionais, nos leva neste instante a propor Emenda
Constitucional (PEC) que reduz de 21 para 18 anos a idade mínima para que uma
pessoa possa disputar o mandato para deputado estadual ou distrital.
Esta PEC, que acaba de alcançar as assinaturas
suficientes para fazê-la tramitar, é a oportunidade de absorver a demanda de
uma juventude que, além do entusiasmo natural da idade, está cada vez mais
preparada, nesses tempos da revolução cibernética, a assumir o seu protagonismo
nas demandas inadiáveis de nosso país.
Hoje, com a internet e a interatividade global
de todos, com ênfase na participação dos mais jovens, discutem-se, em tempo
real, os acontecimentos que regem o destino do mundo e, por extensão, as
questões do Brasil. As leis devem ser atualizadas, quanto mais rapidamente
melhor, para atender aos novos tempos
A ideia em curso é a de ampliar o universo
eleitoral, reduzindo-se a faixa etária dos que podem assumir cargos
legislativos. O que impede um jovem com 18 ou 20 anos de representa-lo na
Assembleia Legislativa ou na Câmara Legislativa, no caso do Distrito Federal? A
vedação é meramente formal.
As eleições se aproximam, a necessidade de
corrigir as distorções existentes no país é urgente e a oportunidade de
garantir a participação efetiva e institucional dos jovens na política é agora.
Milhares deles, na faixa etária entre 18 e 21 anos, que já atuam nas
agremiações partidárias, arejando-as e carregando a bandeira das
transformações, anseiam por este momento. Assim, torço para que essa inclusão
aconteça de imediato, a fim de que não sejam desperdiçados mais alguns anos sem
o atendimento desta necessária e justa reivindicação.
Espero que não nos obriguem a ter que
concordar, eternamente, com a conhecida frase do grande jornalista que foi
Millôr Fernandes: "O Brasil é o país do futuro! Sempre!".
A atualidade política brasileira, a
consciência crítica que os nossos jovens demonstram em todo canto e a
insatisfação generalizada e conjuntural, exemplarmente identificadas nessas
manifestações públicas, são mais do que suficientes para se afirmar que os
questionamentos têm dimensão nacional. A rigor, a PEC deveria ser uma
iniciativa coletiva, contagiando a Câmara e o Senado, num amplo movimento a
percorrer todo o Brasil, contando com a irrestrita adesão da juventude e os
aplausos da sociedade em geral.
Em uma Casa que, um dia, conseguiu a proeza de
manter o mandato de um deputado presidiário - mas felizmente conseguiu corrigir
a tempo a barbeiragem – creio que não será tarefa difícil aprovar tal proposta
de emenda à Constituição.
Arnaldo Jordy é deputado federal pelo PPS do Pará.
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