quarta-feira, 4 de setembro de 2013

Condicionantes da Construção da Usina de Belo Monte são alvo de debate em Altamira

A Comissão de Integração Nacional, de Desenvolvimento Regional e da Amazônia – CINDRA -, promove nessa quinta-feira (5), às 15 h, na Câmara Municipal de Altamira, sudoeste do Pará, debate sobre o cumprimento das Condicionantes da Construção da Usina Hidrelétrica de Belo Monte. O debate com a população foi requerido pelo deputado federal Arnaldo Jordy e terá participação de parlamentares, autoridades, representações sindicais e de outras instituições da sociedade civil.

Antes do debate, parlamentares da Comissão irão ao canteiro de obras de Belo Monte verificar o estágio da obra e seu cronograma, assim como o impacto socioambiental sobre a população da região. Para o deputado Jordy,  a visita é de extrema importância, pois os impactos  ambientais, sociais e econômicos servirão como maus exemplos para os demais 12 projetos de hidrelétricas na Amazônia. Segundo Jordy “é necessário compatibilizar o atual modelo de construção de grandes obras na Amazônia, que não beneficiam as populações locais como deveriam, porque não são prioridade nos projetos”. Para ele, Belo Monte é como um filme visto há 30 anos, com a construção da hidrelétrica de Tucuruí, também no Pará, “onde a energia gerada não rende um centavo ao estado, pois nas atuais regras do ICMS para o setor elétrico, o imposto é revertido para o Estado consumidor”, completou Jordy.

Belo Monte, já foi alvo de 17 ações por parte do Ministério Público Federal no Pará, a maioria por não cumprir os acordos sobre condicionantes estabelecidos quando da assinatura dos contratos com o consórcio Norte energia, responsável pela obra, como os benefícios para educação, saúde, saneamento e segurança pública, que minimizariam os impactos sociais de um fluxo migratório de mais de 40 mil pessoas para os municípios da área de influência da hidrelétrica, em apenas oito meses.

Tráfico de pessoas

Durante o debate, Jordy também vai questionar e atualizar informações sobre a exploração sexual e o tráfico de pessoas para a região, desde que a obra foi iniciada. Em fevereiro deste ano, denúncia de uma adolescente que estava sendo mantida em cárcere privado com outras pessoas adultas fez com que fosse descoberta quadrilha de tráfico e exploração sexual de jovens em uma boate situada dentro do terreno do canteiro de obras da hidrelétrica.

A época, a Norte Energia disse que desconhecia a existência da tal boate. "É impossível que este estabelecimento exista sem o conhecimento da Norte Energia, até porque no caminho de chegada até aqui passamos por guarita da empresa e área de atividade da obra", completou Jordy, presidente da CPI do Tráfico de Pessoas. O consórcio usava a boate até para fixar cartazes com informações para empregados da obra de Belo Monte.


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