Por isso, depois de audiência pública da Câmara Federal através
da Comissão da Amazônia sobre o assunto, dia 16 passado em Serra Pelada, os
garimpeiros solicitaram a presença dos deputados federais Arnaldo Jordy e Wandenkolk
Gonçalves, além de outras autoridades para a reunião de domingo, onde pediam apoio
ao encaminhamento das suas reivindicações, junto a mineradora Colossus. Já que o deputado Jordy denunciou, no plenário da Câmara
na semana passada, que o Ministério Público Federal investigava o contrato por
suspeita nas alterações.
Na reunião de domingo, os deputados federais e todas as
lideranças, pediram serenidade aos garimpeiros e firmaram acordo com eles,
juntamente com as autoridades e o comando da Polícia Militar, para que qualquer
manifestação em Serra Pelada seja pacífica, e que a Polícia Militar evitasse o
confronto. Mas o acordo foi quebrado e no domingo ainda, quando os garimpeiros
se dirigiam à estrada de entrada da mina para fazer protesto pacífico, foram
recebidos com bombas de gás lacrimogênio, spray de pimenta e balas de borracha.
22 garimpeiros ficaram feridos, cinco com ferimentos à bala de verdade,
provavelmente podem ter sido disparadas pela guarda armada empresa.
O comandante da desastrosa operação já está sendo interpelado
para prestar esclarecimentos sobre a violência praticada, sem nenhuma ordem
judicial inclusive, às autoridades do Estado, aos parlamentares e à sociedade,
já que ele também havia acordado minutos antes na reunião que não haveria o
enfrentamento da PM com os garimpeiros,
que são sócios da mina.
Jordy alerta que em nenhum momento incitou garimpeiros à
qualquer ato de violência. “Estão querendo trocar a minha responsabilidade
diante da defesa dos garimpeiros e dos direitos humanos por mentiras, mas não
vão conseguir. Não vão conseguir porque não faço acordos para enganar ninguém”,
criticou Jordy.
Contrato suspeito
Diferente do que tentam afirmar, inclusive a Mineradora
Colossus, que pagou notas em jornais e faltou com a verdade, o clima de
insegurança aumentou quando foi alterado de forma obscura,o contrato que reduz
de 49 para 25% o percentual de lucro da exploração do ouro, para ser dividido
entre os quase 40 mil garimpeiros, e isso após a Colossus ter liberado cerca de
50 milhões para a cooperativa, que até hoje não foi prestado contas.
Para Jordy, ninguém abre mão de 24% de lucro da noite para o
dia, principalmente quando esse lucro é sobre, no mínimo, 50 toneladas de ouro
que podem render até R$ 5 bilhões . ‘É isso que a Colossus e seus pares
precisam esclarecer. É por isso que o Ministério Público Federal abriu
investigação sobre o caso e a justiça afastou diretores da Coomigasp porque
esse ‘adiantamento’ de dinheiro sumiu. Foi por isso que a justiça determinou
que qualquer adiantamento seja depositado em juízo, e não mais entregue à cooperativa.
Colossus diz que investiu R$ 560 milhões
É muito estranho que um contrato de exploração de ouro com
possibilidades de lucros bilionários tenha sido feito com cláusula tão suspeita
e esdrúxula, como argumenta a Colossus, para mudar da noite para o dia e
beneficiar somente o parceiro rico. O contrato da Colossus com os garimpeiros,
com cláusula que determina que aquele que investir será beneficiado com mais
24% de lucro parece brincadeira, mas não é. É suspeito, e no mínimo abuso de
poder econômico, mesmo com a anuência e aprovação do governo brasileiro,
através do Ministério das Minas e Energia. Por isso está sendo investigado pelo
Ministério Público Federal. Diferente dos garimpeiros de Serra Pelada, a
empresa do Canadá já é bilionária e, como diz em nota, com toda a tecnologia e
expertise em pesquisa mineral. E é claro que seria a única beneficiada com
cláusula tão estapafúrdia. Só um ‘acordo de bastidores’, sem a aprovação da
maioria dos garimpeiros e sem acompanhamento jurídico honesto, poderia resultar
nessa vantagem absurda em favor da empresa.
Ascom Gab. Dep. Arnaldo Jordy
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