quarta-feira, 7 de novembro de 2012

Após ouvir juiz, CPI aciona polícia para ouvir mulher que intermedia adoções na Bahia Compartilhe

Para parlamentar, oitiva de Carmen é essencial para desvendar suposto tráfico de pessoas

O presidente da CPI da Câmara que investiga o tráfico de pessoas, deputado Arnaldo Jordy (PPS-PA), informou que já pediu à polícia a condução coercitiva de Carmen Kiechofer Topschal que é acusada de agir no interior da Bahia para que crianças de lá sejam adotadas por famílias de outros estados.
Um dos casos mais emblemáticos ocorreu em Monte Santo, onde cinco crianças de uma mesma família foram tiradas da guarda dos pais por decisão do juiz Vitor Bizerra. As adoções teriam a suposta intermediação de Carmen, na indicação dos casais que obtiveram a guarda provisória destes menores.
A mãe das crianças, Silvânia Maria da Silva, disse que os filhos foram retirados à força de casa por ordem de Vitor Bizerra.
O juiz, inclusive, foi ouvido pelos integrantes da CPI nesta terça-feira e negou que tenha agido por outros interesses que não o de propiciar o bem estar das crianças que, segundo ele, estariam em situação de extremo risco, conforme relatos do Conselho Tutelar local, e que estas informações teriam embasado sua sentença.
Vítor Bezerra confirmou que não tem relações pessoais com Carmen Topschal e que a reconheceu na TV, já que tinha notado a presença dela em uma das audiências ocorridas quando era titular da Comarca de Monte Santo.
Para o presidente da CPI, Arnaldo Jordy, o depoimento de Carmen é essencial para esclarecer o que está por trás da suspeita de adoções indevidas naquela região.
"Qual o interesse desta senhora nisto? É por isso que já pedimos a condução coercitiva para ela ser ouvida pela CPI. As coisas até agora ainda estão muito estranhas envolvendo estas ações", justificou o parlamentar.
Carmen chegou a ser convocada pela comissão, mas não compareceu ao depoimento que estava marcado para a semana passada.
A CPI também deve chamar os integrantes do Conselho Tutelar que acompanharam a situação da família de Silvânia Maria da Silva.
Arnaldo Jordy acrescentou que, pela complexidade financeira e de organização das quadrilhas especializadas no tráfico de pessoas, a comissão vai estudar cada caso minuciosamente e utilizará todos os instrumentos constitucionais e regimentais para investigar estas situações.
Autor: William Passos

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