Debater uma solução à poluição ambiental causada pelas indústrias localizadas no município de Barcarena, no Pará, será o tema da audiência pública que será realizada na próxima sexta-feira, 09, naquele município, pela Comissão da Amazônia, Integração Nacional e de Desenvolvimento Regional, da Câmara Federal, por proposição do vice-presidente da Comissão de Direitos Humanos, deputado Arnaldo Jordy (PPS/PA).
A discussão terá como foco os danos ambientais que a região vem sofrendo em decorrência de acidentes causados por vazamento das bacias de contenção de rejeitos químicos da empresa Alumina do Norte do Brasil S/A (Alunorte) e da fuligem expelida pelas fábricas instaladas no parque industrial do município. A Alunorte pertence majoritariamente à multinacional norueguesa Norsk Hydro, que tem 91% das suas ações. O evento vai reunir representantes de entidades ligadas à defesa do Meio Ambiente, de empresas mineradoras do pólo industrial de Barcarena, do Ministério Público local e federal e dos governos municipal, estadual e federal, além da comunidade atingida.
Segundo o parlamentar, a região vem sofrendo com os efeitos da exploração de minério, o que vem comprometendo a biodiversidade e a população local por meio da contaminação do solo e, principalmente, das nascentes dos rios atingidos por vazamentos ou quebra de barragens de rejeitos industriais. Jordy alega que, além do vazamento de rejeitos químicos para os rios, o município tem sido atingido por fuligem expelida por indústrias grandes como a Companhia Vale. O deputado relata que em 2009, após um temporal, houve vazamento de uma substância conhecida como “lama vermelha” (altamente cáustica e que contém metais como alumínio, ferro, sódio e titânio). O resíduo é usado no beneficiamento da bauxita, que estava armazenada em uma bacia de contenção de rejeitos de uma das empresas.“Tal incidente causou danos ambientais imensuráveis à região, com modificação drástica das características físico-químicas e microbiológicas do rio. Além da morte de várias espécies de peixes, atingiu água de poços e lençol freático, bem como outros rios utilizados na captação de água para abastecimento da cidade”, observa Jordy.
“Dois anos após esse grande acidente ambiental, recentes análises das águas dos rios e poços constataram o envenenamento das águas, com alto teor de metais pesados nas águas dos rios e do lençol freático, tornando as águas impróprias para o consumo humano, o que tem levado à intoxicação da população, com consequentes problemas de saúde, sem que a empresa tenha tomado qualquer ação para reparar os danos causados”, acrescentou.
A reunião será realizada às 9 horas, no Clube do Samba (av. Magalhães Barata, nº 1160, Centro).
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