“Temos que apostar em escandalizar o debate sobre Belo Monte no intuito de combatermos o modelo de desenvolvimento colonizador que tem sido imposto à Amazônia” afirmou o deputado federal Arnaldo Jordy nessa quarta-feira, 06, durante reunião do Fórum de Belo Monte que ocorreu no Conselho regional de Economia (CORECON-PA). Além de tentar combater a exploração de recursos na Amazônia, outra preocupação apresentadas durante o encontro é o fluxo migratório de 100 mil pessoas para a região, o que sobrecarregará os investimentos de políticas públicas sem mesmo que o Estado tenha aportes financeiros suficientes para investimentos futuros, como colocou o deputado Jordy.
O Fórum não é contra o desenvolvimento da Amazônia, mas não aceita o modelo de desenvolvimento exploratório pensado para a região, visto que nem sempre os empreendimentos são capazes de melhorar a qualidade de vida das pessoas envolvidas no processo: “Nós estamos olhando para os ribeirinhos, para os grupos e as comunidades que estão localizadas há muito tempo na região de Belo Monte, idealizando a construção de um futuro que haja a inclusão social e a garantia dos direitos humanos”, ressaltou o Presidente do CORECON-PA, Eduardo Costa. Nessa perspectiva, o Fórum também vem a ser um mecanismo de controle social para garantir os direitos dos grupos envolvidos e cumprimento dos acordos sobre Belo Monte.
Na ocasião o jornalista e professor Thiago Barros apresentou sua dissertação de mestrado sobre a matriz de energia elétrica brasileira. Nas pesquisas se Thiago Barros, foi constatado que a repercussão midiática de Belo Monte é majoritariamente feita a partir dos discursos das grandes empreiteiras, o que geralmente influencia a opinião pública, assim como as ações do governo em favor da realização do empreendimento.
Estiveram no evento representantes da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB-PA), da Defensoria pública do Estado, do Movimento Terra, Trabalho e Liberdade (MTL), da Fundação Villas Boas, do Sindicato e Conselho de Economia, do Conselho Regional de Contabilidade, da Secretaria de Pesca e da Vice-governadoria do Estado. As próximas ações do Fórum visam encontro com o Governo do Pará e audiências públicas na Câmara de Altamira, no Senado Federal e, também no Tribunal Regional Federal - TRF, em Brasília, com a finalidade de tratar sobre o cumprimento das condicionantes acordadas pelo consórcio que deve criar Belo Monte, sendo as agendas para agosto. Inclusive a próxima reunião do Fórum será no dia 04, no Conselho Regional de Economia, às 17 horas.
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