sexta-feira, 6 de maio de 2011

Casos de Pedofilia no Pará serão encaminhados ao CNJ





A Comissão de Direitos Humanos da Câmara Federal vai encaminhar para apreciação do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) quatro casos de abuso sexual contra crianças e adolescentes que estão com o trâmite emperrado no Pará por causa, principalmente, do descaso de algumas autoridades responsáveis pelos processos. Essa foi uma das decisões da audiência pública que realizou, nesta quinta-feira, no auditório da Assembléia Legislativa, em Belém, para receber e apurar novos casos de Pedofilia no Pará. O evento foi presidido pelo deputado federal, Arnaldo Jordy (PPS/PA), vice-presidente da Comissão e ex-relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que apurou crimes de abuso sexual contra menores no Estado. Participaram da reunião representantes da Secretaria Executiva de Direitos Humanos do Congresso Nacional, Tribunal de Justiça do Estado, Assembléia Legislativa, Ministério Público, Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Confederação Nacional dos Bispos do Brasil e de órgãos e entidades ligados à defesa dos direitos das crianças e dos adolescentes.
Denúncias de abuso sexual e relatos de impunidade deram o tom da audiência, com alguns casos até hoje sem solução por negligência de algumas autoridades que deveriam dar andamento aos processos. Um dos casos que serão encaminhados ao CNJ é o da dona de casa Ana Cristina Silva. Ela tem uma filha que foi abusada sexualmente pelo próprio pai quando esta tinha apenas um ano e oito meses. Hoje a menina tem seis anos e o acusado até hoje continua impune porque a promotora designada teria perdido o prazo do processo. “Esse tipo de descaso não pode se reproduzir, porque é a vida das crianças que está em jogo e a sociedade não pode aceitar essas negligências”, ressaltou o deputado.
Ao todo, a audiência pública recebeu 35 denúncias de abuso e de exploração sexual contra crianças e adolescentes ocorridos em 19 municípios paraenses, mas nem todas puderam ser relatadas porque algumas correm em segredo de justiça, envolvendo professores, políticos e até pai de delegado de polícia. Nos depoimentos prestados, a maioria dos crimes denunciados foi praticada por pessoas bem próximas à vítima, como pais, padrastos, outros parentes e conhecidos. Angêla Pinto, moradora de Belém, teve uma filha estuprada pelo pai, e Alba Martins, de Cachoeira do Arari, teve a filha abusada por um ex-vereador do município, que seria amigo da vítima.
Mais decisões – Na audiência, o deputado Arnaldo Jordy voltou a cobrar a criação pela justiça de vara especializada para a apuração dos crimes de abuso sexual contra crianças e adolescentes e, ainda, tratamento diferenciado às vítimas desses crimes com a qualificação dos agentes policiais responsáveis pelo atendimento desses casos.
Outro encaminhamento aprovado pelos participantes do evento foi agilidade nos casos do ex-deputado estadual Luiz Seffer, condenado por crime de pedofilia, mas que até hoje está em liberdade, e do empresário de Itaituba, conhecido por Batgirl, que continua impune por cometer crime de exploração sexual de menores.
O relatório da audiência será elaborado e encaminhado ao Ministério da Justiça, Ministério Público, Governo do Estado, Tribunal de Justiça e todos os demais órgãos que tenham o poder de viabilizar as demandas e encaminhamentos aprovados. “É preciso quebrar o ciclo da impunidade, aparelhar melhor o Estado para enfrentar esses crimes e, principalmente, investir em prevenção para que esses crimes não ocorram mais com as nossas crianças e adolescentes”, observou o deputado, que defende também mais recursos no orçamento para enfrentamento desses crimes.

Um comentário:

  1. EXCELENTE MEDIDA, percebemos que nos casos de abuso sexual quando envolve pessoas INFLUENTES como AGRESSORAS, as AUTORIDADES parecem que ficam de mãos amarradas. POR ISSO defendo que nos ASOS em que envolver PESSOAS INFLUENTES os casos sejam APURADOS PELA POLÍCIA FEDERAL, pelo menos a GENTE VÊ GENTE DE ALTO GABARITO sendo preso por esta INSTITUIÇÃO, ao contrário das POLÍCIAS ESTADUAIS que são manipuladas pelos Chefes. E NO CASO DE ABUSO SEXUAL A APURAÇÃO tem que ser RÁPIDA, cumprimento de MANDADO DE BUSCA E APREENSÃO, etc. PORQUE O TEMPO corre em favor do AGRESSOR, onde melhores condições financeiras e prestígio ACABA por TENTAR MASCARAR O EVENTO, comprando testemunhas e vítimas, etc. E RESPOSABILIZAÇÃO de AUTORIDADES que agairem com DISPLICÊNCIA ou NEGLIGÊNCIA favorecendo o AGRESSOR. NO Caso de CATANDUVA/SP as Delegadas envolvidas TEM QUE SEREM EXPULSAS DA CORPORAÇÃO, mas veja só, a corregedoria da polícia civil demorar 7 meses para apontar FALHAS. pelo amor de Deus!!! ISSO É GOZAÇÃO

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